“De um lugar longínquo no além”

Como explicar, os ais cheios de gozo
vindo das vísceras, envolvendo a alma
dominando o tão perdido cérebro

e perguntar a cor da tua, minha pele
e explicar o sentir, quantificar o prazer
decodificar a atração da tesão vindo do amor da paixão do encontro
de atrações plenas de vida
nos classificar para apenas ir

sem ver as igualdades, onde existe diferença
e sem te razão, com sentidos de ilusão
abrir enorme espaço de incompreensão
abismo, vertente, repelente sentir

de humanidades diferentes
seres estranhos
de mundos diversos
de um mesmo amor

sem ver a face verdadeira
da multifacetada
humanidade de deuses
de enormes rostos de barros

27/5/85